sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A CASA


A Suricato inaugurou nessa ultima Terça feira 13/12/2001 o espaço “A CASA” – que pretende ser um lugar de encontro, de dialogo com a cidade, um lugar de produção cultural e de pensamento.
E convida todos a contribuir nessa construção, compartilhando saberes e experimentando juntos o novo.
A CASA funcionará de Terça a sábado de 10 as 18 horas. Sendo que nas quartas e quintas terá noite cultural, funcionando até as 21h00min horas, com apresentações artísticas. E as tardes de terças e sextas serão recheadas com oficinas diversas.
A cozinha funcionará em 2012 com funcionamento até as 23h30min nas seguintes datas: 12 e 13 de janeiro, 26 e 27 de janeiro, 09 e 10 de fevereiro
O espaço funciona na Rua Caraça, 433, bairro Serra.
A CASA está localizada entre o restaurante “Quase Nada” e o armarinho “Quase Tudo” a um quarteirão da Rua do Ouro, próximo ao “Baltazar”.

Programação artística e de oficinas

1° semana

• 13/12 (terça-feira) – Aberta ao público interno. A partir das 16 horas.
Atividade cultural: Roda de música com Rafael Andrade no violão e Humberto Lourenço na Flauta (usuários do Centro de convivência Carlos Prates)
• 14/12 (quarta-feira) – Parceiros e apoiadores da Suricato. A partir das 18h
Atividade cultural: Recital de violão com Kenedy Monteiro
• 15/12 (quinta-feira) – Aberta à imprensa e formadores de opinião. A partir das 18 horas
Atividade cultural: a definir
• 16/12 (sexta-feira) – Aberta à Rede de Saúde Mental. A partir das 18h
Atividade cultural: "Música Instrumental - Canções Breves" com Paulo Thomaz e Inês Carvalho, um diálogo entre violão, clarineta e violino.



• 19/12 (segunda-feira) – Aberta aos clientes, fornecedores e prestadores de serviço. A partir das 18h
Atividade cultural: Chorinho com o grupo "Choro de Grupo".

• 21/12 (Quarta feira) – Aberta para o publico em geral.
Acontecerá na CASA a primeira reunião da III Mostra de Arte Insensata às 14:00hs
A partir das 19:00. Contação de historias – “Histórias de natal” com Rosilda Figueiredo

. 22/11 Quinta feira) – Confraternização Suricato,atividade para o público interno às 14:00hs

• 23/12 (Sexta feira) – Aberto ao público em geral.
IMPERDÍVEL OFICINA: Entre a loucura e a razão: nuances da música popular brasileira
Esta oficina tem como principal objetivo discutir a temática da loucura a partir do cancioneiro nacional. Para tanto, serão apreciadas/analisadas canções compostas e gravadas em contextos distintos, que apresentam pontos de vista diversificados sobre o tema. A oficina será ministrada por Juliano Nogueira - Historiador especialista em Cultura e Arte, compositor e pesquisador da música popular brasileira.

Teremos nesta sexta feira excepcionalmente apresentação artística com o grupo Rapa de Tacho, samba e chorinho da melhor qualidade a partir das 19:00 horas.


• 24/12 (Sábado) – Aberta até o meio dia para as compras finais de Natal.

3° Semana

25 a 31 – recesso



Retorno
03 de janeiro, terça feira com a oficina de xilogravura – Técnica de gravação de desenho no isopor e impressão no papel e outros materiais. Com a artista plástica Maíra Paiva.
Horário: 14:00 às 17:00hs

A CASA


A Suricato inaugurou nessa ultima Terça feira 13/12/2001 o espaço “A CASA” – que pretende ser um lugar de encontro, de dialogo com a cidade, um lugar de produção cultural e de pensamento.
E convida todos a contribuir nessa construção, compartilhando saberes e experimentando juntos o novo.
A CASA funcionará de Terça a sábado de 10 as 18 horas. Sendo que nas quartas e quintas terá noite cultural, funcionando até as 21h00min horas, com apresentações artísticas. E as tardes de terças e sextas serão recheadas com oficinas diversas.
A cozinha funcionará em 2012 com funcionamento até as 23h30min nas seguintes datas: 12 e 13 de janeiro, 26 e 27 de janeiro, 09 e 10 de fevereiro
O espaço funciona na Rua Caraça, 433, bairro Serra.
A CASA está localizada entre o restaurante “Quase Nada” e o armarinho “Quase Tudo” a um quarteirão da Rua do Ouro, próximo ao “Baltazar”.

Programação artística e de oficinas

1° semana

• 13/12 (terça-feira) – Aberta ao público interno. A partir das 16 horas.
Atividade cultural: Roda de música com Rafael Andrade no violão e Humberto Lourenço na Flauta (usuários do Centro de convivência Carlos Prates)
• 14/12 (quarta-feira) – Parceiros e apoiadores da Suricato. A partir das 18h
Atividade cultural: Recital de violão com Kenedy Monteiro
• 15/12 (quinta-feira) – Aberta à imprensa e formadores de opinião. A partir das 18 horas
Atividade cultural: a definir
• 16/12 (sexta-feira) – Aberta à Rede de Saúde Mental. A partir das 18h
Atividade cultural: "Música Instrumental - Canções Breves" com Paulo Thomaz e Inês Carvalho, um diálogo entre violão, clarineta e violino.



• 19/12 (segunda-feira) – Aberta aos clientes, fornecedores e prestadores de serviço. A partir das 18h
Atividade cultural: Chorinho com o grupo "Choro de Grupo".

• 21/12 (Quarta feira) – Aberta para o publico em geral.
Acontecerá na CASA a primeira reunião da III Mostra de Arte Insensata às 14:00hs
A partir das 19:00. Contação de historias – “Histórias de natal” com Rosilda Figueiredo

. 22/11 Quinta feira) – Confraternização Suricato,atividade para o público interno às 14:00hs

• 23/12 (Sexta feira) – Aberto ao público em geral.
IMPERDÍVEL OFICINA: Entre a loucura e a razão: nuances da música popular brasileira
Esta oficina tem como principal objetivo discutir a temática da loucura a partir do cancioneiro nacional. Para tanto, serão apreciadas/analisadas canções compostas e gravadas em contextos distintos, que apresentam pontos de vista diversificados sobre o tema. A oficina será ministrada por Juliano Nogueira - Historiador especialista em Cultura e Arte, compositor e pesquisador da música popular brasileira.

Teremos nesta sexta feira excepcionalmente apresentação artística com o grupo Rapa de Tacho, samba e chorinho da melhor qualidade a partir das 19:00 horas.


• 24/12 (Sábado) – Aberta até o meio dia para as compras finais de Natal.

3° Semana

25 a 31 – recesso



Retorno
03 de janeiro, terça feira com a oficina de xilogravura – Técnica de gravação de desenho no isopor e impressão no papel e outros materiais. Com a artista plástica Maíra Paiva.
Horário: 14:00 às 17:00hs

sexta-feira, 20 de maio de 2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011

ÚLTIMOS INFORMES: ESTÁ CHEGANDO A HORA - DIA 18 DE MAIO - (QUARTA-FEIRA) - DIA NACIONAL DA LUTA ANTIMANICOMIAL

A PEDIDO DA BHTRANS, FIZEMOS ALGUMAS ALTERAÇÕES NO DESFILE DO 18 DE MAIO DESTE ANO, EM BELO HORIZONTE:

1- HORÁRIO: A CONCENTRAÇÃO OCORRERÁ À PARTIR DE 13 HORAS E O DESFILE SE INICIARÁ ÀS 14:30 HORAS, IMPRETERIVELMENTE.

2- TRAJETO: NÃO PODEREMOS MAIS DESCER A RUA ESPÍRITO SANTO, PORTANTO, NOSSO TRAJETO SERÁ O SEGUINTE: PRAÇA SETE, AVENIDA ÁLVARES CABRAL, AVENIDA AUGUSTO DE LIMA, RUA RIO DE JANEIRO, TERMINANDO O DESFILE NO QUARTEIRÃO FECHADO DA RIO DE JANEIRO, ESQUINA COM TAMOIOS.

FAÇAM CONTATO EM CASO DE DÚVIDAS.

E VAMÔ QUE VAMÔ!!!

POR UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS!

FÓRUM MINEIRO DE SAÚDE MENTAL

sábado, 14 de maio de 2011

domingo, 1 de maio de 2011

Poética coletiva 2011

Foucault fez da literatura
A expressão da loucura
E contou a sua história

Abram alas que eu vou navegar,
Embarque na nossa Nau
Pois a loucura sua história vai contar.

No tempo em que um navio descobriu o Brasil
Naus também navegavam mares mil
Cidades fora a fora e insensatos dentro adentro.

Nos tempos mais remotos
A loucura se fez presente
O louco vivia errante
Como circo retirante
Levado prá bem distante
Sem família, amigos e filhos
Prisioneiro no mar desconhecido

Desde os tempos mais primórdios
A loucura se transforma em arte e agonia

Poesia, amor e energia.


No jardim das delícias
Era tanta fantasia...
Que rei sou eu? Que louco eu sou?

Mas a prisão se espalhou,
E o hospício então lotou.
Pois a razão arrasou,
Todos foram libertados
Só o louco Fucô!

Na terra do iluminismo
Teve irmão cobaia da ciência
Fez-se então um ramo medicinal
O hospício pareceu-se natural.

Entrei de gaiato no navio
Infelizmente não pude evitar
Agora o que me faz feliz
É ver a criança cantar
Terras à vista, se lembraram de nós!

Clareia o nosso dia,

Deixa eu viver e deixa pirar
A loucura também é arte
A loucura também é cultura
Tire as armas e bota a flor!

Ô abre alas que eu quero passar
Hoje eu sou livre e não posso negar!

Eu sou da luta e não vou calar:
-Agora, manicômio não senhor,
Posso provar,
Posso voar como pássaros no ar.



Juntando um pedacinho aqui e outro acolá, de cada um dos sambas inscritos no concurso da Liberdade Ainda que Tam Tam para o Dezoito de Maio 2011, deu esse resultado.
O passado, o presente e o futuro da história da loucura cantada em verso pelos os compositores antimanicomiais, numa celebração à vida em sua diversidade. Uma homenagem aos 50 anos da história da loucura em Foucault e à nossa luta!
São eles: Coletivo Estudantil Espaço Saúde, Edmundo BidúFeer, Coletivo Centro de Convivência São Paulo, Juliano da Silva, Coletivo Centro de Convivência César Campos, Coletivo de Betim, Coletivo Centro de Convivência Peri Tupinambás/ Itaúna, Coletivo Centro de Convivência Arthur Bispo do Rosário, Nilton Celestino, Rosilene Aparecida, a Zila e Helvécio Viana em parceria com o Centro de Convivência Pampulha.

Agradecimentos a tod@s que trabalharam na construção do concurso 2011.Valeu!!!!
Parabéns aos o que fizeram o bonito da festa, que é a vida!
À comissão julgadora, o muito obrigado!
E que venha o Dezoitão, com alegria, irreverência, beleza e pensamento!!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

18 de Maio 2011

Convite


Com o enredo “Histórias da Loucura: Michel também Contou” o Dezoito de Maio 2011 será a comemoração/celebração dos cinqüenta anos da publicação do livro A História da Loucura na Idade Clássica, de Michel Foucault.
O Fórum Mineiro de Saúde Mental e a ASUSSAM, tem o prazer de convidá-lo para mais esta festa da cidadania em preparação para a manifestação /desfile da Liberdade Ainda que Tamtam.

7º concurso de Samba de Enredo;
5º concurso Rainha e Princesa da Bateria;
1º concurso Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira.


Data: 16 de abril 2011
Horário: A partir das 9:00hs
Local: Parque Cultural Lagoa do Nado
Rua Ministro Hermenegildo de Barros, 904- Bairro Itapoâ.
Belo Horizonte- MG

Venha participar, traga mais gente e sua alegria!!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

CHEGANDO na AVENIDA

CHEGANDO na AVENIDA
Com muita LUTA, no 18 de Maio/2011
Dia Nacional da Luta Antimanicomial
transbordando de alegria e cores, vai
ganhando esta cidade mais uma vez.


Dê um enter e entre no Samba antimanicomialbh.blogspot.com>
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Até o 18TÃO, Belo Horizonte/MG/Brasil é palco do movimento que culminará na 15ª manifestação da Liberdade Ainda Que Tan Tan. Este ano nossa ação coletiva, por uma sociedade sem manicômios, são as reflexões do filósofo Frances Paul-Michel Foucault.
Como nos últimos anos a Escola de Samba Liberdade Tan Tan irá para a avenida, transformando a cidade, com seus 3 mil componentes. Em 2011, iremos para passarela com Foliãs e Foliões Antimanicomiais das 9 regionais de BH e das cidades de Betim, Brumadinho, Contagem, Esmeralda, Ibirité, Igarapé, Ipatinga, Itabira, Ituana, João Monlevade, Pedro Leopoldo, Santa Luzia, Neves, Sabará, São Joaquim de Bicas e outras à confirmar, e também estudantes de diversas instituições formadoras, os simpatizantes da causa e os militantes das outras lutas que se transveralizam à nossa.
O enredo “Histórias da Loucura: Michel também Contou” - é uma comemoração/celebração dos cinqüenta anos da publicação do livro A História da Loucura na Idade Clássica, de Foucault, texto no qual localizamos os subsídios teóricos para os princípios da nossa luta por delicadeza. Assim o Fórum Mineiro de Saúde Mental manifestará nas passarelas da Luta Antimanicomial os requisitos para a construção de cidades e jardins com belos horizontes.
Será mais uma oportunidade para os “comuns e incomuns” da sociedade experimentarem o firme e decidido, rico e prazeroso processo de preservação da delicadeza e carnavalização das mentes e corações por uma Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, nossa construção da Sociedade Sem Manicômios.

ATRAENTES - Sextas feiras na Cidade Jardim dias 8, 15 e 29 de abril.
Ensaio da Bateria:
Das 15 às 18 horas na Quadra da Escola de Samba Cidade Jardim
Será, também, um dos cenários para o acolhimento do coletivo da imprensa. Os telefones, endereços e outros contatos das cidadãs e cidadãos e das suas respectivas entidades, dos serviços substitutivos ao manicômio, aliados e parceiros estarão na ponta da língua e do lápis.

ATRAÇÕES - Dia 16 de Abril - Sábado:
9h - Escolha do Samba Enredo, Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira,
Rainha e Princesa da Bateria
Parque Cultural Lagoa do Nado, Rua Ministro Hermenegildo de Barros, 904 - Itapoã

20h - Festa de Cinqüenta Anos do Nosso Parceiro GRES Cidade Jardim
e da vitória na avenida - desfile de 2011

Sextas feiras dias 6 e 13 de Maio
Ensaio Geral da Liberdade Ainda Que Tan Tan
Das 14 às 16h: na Quadra do GRES Cidade Jardim

ESPETÁCULO: 18 DE MAIO/2011 - Dia Nacional da Luta Antimanicomial

DESFILE da


18 de Maio 2011
13 horas: Concentração - Praça 7


14 horas: Início do desfile
Avenidas Afonso Pena, Álvares Cabral Augusto
de Lima, Rua Espírito Santo, de novo
Afonso Pena até a Praça Sete.

17 horas: Dispersão - Praça 7
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Mapa do Desfile: Comissão de frente, inspirada nas obras do pintor e gravador . holandês “Bosh”, que retratou na pintura as vivências da loucura.
Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira, Bateria, seis ALAS e três trios elétricos.
Alas e suas respectivas coordenações:
1ª ALA - ” ENTREI DE GAIATO NO NAVIO” e Comissão de Frente - “NAU DOS INSENSATOS” Betânia (gerente CC Providência) e Cristiane de Brumadinho);
2ª - ALA “NO JARDIM DAS DELÍCIAS, O LOUCO É REI!” Sílvia (gerente CC César Campos) e Marise (gerente CC Barreiro);
3ª ALA ¬- “HOSPITAL TOTAL, PEGA UM, PEGA GERAL.” Ana Pula (gerente CC Venda Nova) e Keila, (gerente CC de Contagem);
4ª ALA - “A RAZÃO ARRASOU, O HOSPÍCIO CHEGOU!” Elisa, (gerente CC Carlos Prates) e Karen (gerente CC Artur Bispo do Rosário);
5ª ALA - “TERRA À VISTA!” Eliana (equipe complementar de Venda Nova) e Wellington ( CERSAMi);
6ª ALA ¬- ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSAR, EU SOU DA LUTA NÃO POSSO CALAR! Marta (gerente CC São Paulo) e Ana Laura (Espaço Saúde).


Contatos:
p/ Coordenação Fórum Mineiro de Saúde Mental
Eliana Moraes (31) 8809 3722

p/ Coordenação do Desfile:
Marta Soares (31) 9305 5970

p/ Coordenação de Comunicação:
José Guilherme Castro (31) 9812 3338

Endereço Eletrônico:
18maio2011@gmail.com
antimanicomialbh.blogspot.com

segunda-feira, 21 de março de 2011

DEZOITO DE MAIO 2011 EM BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS.

Como nos anos anteriores, este é mais um daqueles momentos ímpares de preparação para o Dia Nacional da Luta Antimanicomial , a manifestação cultural que marca nossa política: POR UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS.
Com um formato inusitado de Escola de Samba, a Liberdade Ainda que Tam, Tam, por 14 anos consecutivos, sai às ruas do centro de Belo Horizonte para se manifestar pela Reforma Psiquiátrica Antimanicomial.
Nesse ano de 2011, o Dezoito de Maio será a comemoração/celebração dos cinqüenta anos do livro A História da Loucura na Idade Clássica, lançado em 1961, na França, texto no qual localizamos os subsídios teóricos para os princípios da nossa luta por delicadeza.
Seu autor é Paul-Michel Foucault, filósofo francês (1926-1984), um pensador insubmisso de nosso tempo, um historiador do presente, também conhecido como poeta do pensamento, um narrador teórico.
A beleza da linguagem e a lucidez de seu pensamento dialogam na busca de uma análise da loucura e do próprio homem ao longo da história.
O livro é uma arqueologia de como as pessoas tem pensado a loucura no decorrer do tempo: Do final da Idade Média até a Modernidade.
Para Foucault, a história não é linear, nem contínua, mas sim experiências. O autor analisa as interpretações feitas ao longo da história e que resultaram no que hoje se conhece. Sua descrição do quadro histórico da loucura em cada período, permite compreender a formação social, política, econômica e filosófica da loucura, demonstrando que esta sempre foi objeto de exclusão.
Como o louco era percebido e como isso mudou a partir da Idade Média e a evolução dessa percepção. Como a loucura produz seus discursos, como eles se formam e o modo como cada época vai mudar esses discursos. Qual é a gênese do internamento e da exclusão.
No final da Idade Média, a loucura era vista como o castigo ou uma forma de redenção. A figura do louco era a de objeto poético. Na literatura e na poesia vigorava a visão trágica da loucura, a mesma percepção/condição do homem no mundo.
Na linguagem escrita, a descrição de uma embarcação que vagava rio abaixo por diferentes cidades , traz a imagem literária da Nau dos Insensatos no período renascentista. Mais que uma metáfora, essa foi uma realidade vivida num tempo em que ainda era possível o diálogo com a loucura.

Em algumas construções pictóricas da época percebe-se a loucura em toda sua vivacidade antes de ser capturada pelo conhecimento.


A partir do final do século XV na Europa, o fim do campesinato como classe, o advento da manufatura e o conseqüente declínio dos ofícios artesanais, trouxe aos trabalhadores do campo e artesãos enormes dificuldades. As cidades se enchiam de desocupados, mendigos e vagabundos, quando se experimentava também a falta de mão de obra.
A repressão à mendicância, à vagabundagem e à ociosidade levou ao internamento sumário em casas de correção ou similares,por ordem do rei ou do juiz. Esta era uma prática corriqueira para os desviantes sociais: Os desempregados, doentes venéreos, blasfemos, prostitutas, devassos, ociosos, baderneiros e...os loucos).
É esse o momento me que a loucura é percebida no horizonte social da pobreza, da incapacidade para o trabalho, da impossibilidade de integrar-se no contexto dos problemas da cidade.
Ao mostrar o espaço de confinamento na geometria imaginária de sua moral, a Idade Clássica encontra uma prática e um lugar para a redenção dos pecados da carne e faltas cometidas contra a razão, o confinamento.
Na Idade Clássica (1650 a 1800), houve a desmistificação da loucura, ela adquire o significado social e moral: punição e controle. É o momento em que a loucura vai ser excluída da ordem da Razão.
Foi através desse gesto que algo dentro do homem foi posto fora de si e empurrado sobre a borda do nosso horizonte.
A Idade Clássica inventou o confinamento na forma como a Idade Média havia inventado a segregação dos leprosos.
A percepção social do internamento é a solução dos problemas econômicos e sociais, produzindo a segregação que produziu os alienados- aqueles que não tem capacidade de decidir nada na sociedade.
O internamento dos alienados é a estrutura mais visível na experiência clássica da loucura.
Na Modernidade (séculos XIX- XX), a loucura passa a ser objeto de análise e começa a entrar para a esfera da medicina e da ciência como objeto de estudo e pesquisa. É o nascimento do hospital psiquiátrico.
Os significados mudaram, mas as práticas continuaram as mesmas: internamento e exclusão. Mesmo com as diferentes representações da loucura nesses diferentes períodos, uma instância não muda, que são as práticas relacionadas à loucura.
Michel nos convida a refletir sobre a história e nos provoca a um mergulho nos arquivos empoeirados da dor e pela ousadia de seu pensamento, permite-nos a coragem para abrirmos tais gavetas e inventar a partir das mesmas novos modos de viver a loucura e convida-nos a buscar formas e tons poéticos ainda inexplorados.
No processo de elaboração do tema para a manifestação político-cultural de 2011, nos arriscamos ao enveredar por esse caminho , tão instigante quanto difícil, sem o tempo e a erudição suficientes para um mergulho mais profundo na obra cinqüentenária de Foucault.
Coletivizamos então vivências, percepções e pensamentos. Quem sabia mais compartilhou o conhecimento, quem sabia pouco pesquisou mais e quem nada conhecia desta história, hoje sabe um tanto bom.E desse modo, em terreno propício à reflexão, foi possível chegar às formulações /construções do tema eixo desse ano:

HISTÓRIAS DA LOUCURA: MICHEL TAMBÉM CONTOU!
Esse exercício coletivo de pensamento possibilitou também, nos reconhecermos continuadores da narrativa de Foucault na construção viva de novos capítulos da história da loucura.
Os sub-temas a seguir, compõe e organizam a seqüencia do enredo que se enriquece com a frase de Geraldo Francisco, primeiro presidente da ASUSSAM : “ Admitir que a loucura existe vira uma realidade”.
Esse é o momento da história que expressamos, é o sonho que insistimos em construir.(Século XI em diante)


O ROTEIRO DIVIDIDO EM CAPÍTULOS, SEGUE A HISTÓRIA...

• A primeira parte se refere à loucura antes de sua reclusão. No período de 1501 a 1600, nada de prisão ou hospital para os loucos. Ele vivia solto, expulso das cidades às vezes, vagava pelos campos ou eram entregues a comerciantes e marinheiros.
São dessa época a embarcações denominadas Nau dos Insensatos que levavam o loucos de uma cidade a outra na Europa, por onde corriam os rios. Qual seria a razão desse costume, não sabemos,mas pode-se depreender que os loucos eram livres e cativos de uma mesma condição, ao serem entregues ao rio de mil braços e ao mar de mil caminhos.
Colocados no interior do exterior, seguram-nos no lugar da passagem.
A frase que nomeia esta ala é” ENTREI DE GAIATO NO NAVIO”

• A segunda parte discorrerá sobre a experiência da loucura, tão bem retratada na obra “O Jardim das Delícias” de Bosch.
A experiência da loucura ( os delírios e alucinações) esteve presente em todos os Dezoito de Maio . Para o coletivo que constrói esta manifestação, a expressão dessa vivência é quesito fundamental para a superação de mitos.
Perceber tantas imagens que nunca foram poesia e tantas fantasias que nunca tinham atingido as cores do dia.
A segunda tem o nome de : “NO JARDIM DAS DELÍCIAS, O LOUCO É REI!”

• A terceira parte da manifestação, representará o momento da “captura”, ou seja, o grande enclausura mento empreendido na Europa: O agrupamento dos proscritos, dos miseráveis, bêbados, mágicos, hereges, os doentes venéreos, os vagabundos , alquimistas e os loucos. Todos os excomungados sociais colocados num único espaço. Um grupo heterogêneo que acabou se transformando em um mundo homogêneo.
Esse ato representou o modo de perceber e tratar a miséria adotada pela idade clássica ( 1650 a 1800).
Esse é o tempo histórico em que alteram-se os modos de produção com o advento do capitalismo. “Coincidências” à parte, são os inadaptados e improdutivos que vão habitar as casas de correção e os ditos hospitais gerais (nomeação dos espaços de confinamento, mas que nada têm a ver com o que chamamos hoje de hospital ).
O nome da terceira ala é “HOSPITAL TOTAL, PEGA UM, PEGA GERAL.”


• A quarta parte da história é sobre o nascimento da psiquiatria: O discurso social, pictórico e filosófico da época.Será o encobrimento da loucura como saber que expressa a experiência trágica do homem no mundo, impossibilitando a troca entre um saber e outro. Inaugura-se o monólogo da razão sobre a loucura.
Uma nova concepção da loucura como doença mental passa a vigorar quando Fellipe Pinel e outros médicos da época, por ordem do rei da França, visitam todos os estabelecimentos (hospitais gerais e casas de correção), separando os loucos das demais pessoas enclausuradas, libertando as segundas e destinando as primeiras aos asilos. Por estarem fora do campo da razão, já haviam perdido a sua liberdade. Foram então isoladas para serem observadas, estudadas e “tratadas”.
“E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.” (F. Nietzsche).
O nome desta ala é “A RAZÃO ARRASOU, O HOSPÍCIO CHEGOU!”

• Na 5ª parte desta história, o sol se abre para que aconteçam as saídas inventivas para a convivência, para um outro lugar social para a loucura.
Inventividade e sensibilidade estarão presentes na narrativa estética e poética sobre os novos serviços; o novo modelo de tratamento, o cuidado em liberdade e o resgate da loucura enquanto experiência humana.
Temos sim o que festejar e o que sustentar!
Mil vivas ás conquistas de um novo tempo para a diferença.
Parabéns e muita vida aos aniversários da rede substitutiva ao hospital psiquiátrico nos diferentes lugares de Minas: Itaúna, Brumadinho, João Monlevade, Belo Horizonte, Betim, Igarapé, Ibirité, Sabará, (...) e tantos outros e tantos de nós.
“TERRA À VISTA!” é o nome da ala das crianças e adolescentes que apontará as cenas dos próximos capítulos, o futuro que insistimos ser melhor!
“As coisas murmuram já um sentido que a nossa linguagem apenas tem de erguer.” (Foucault).

• Michel Foucault, conhecido como o historiador das proibições e do poder repressivo, em suas três grandes obras trabalha a loucura, a punição e a sexualidade e mostra como esses saberes se constituíram histórico-culturalmente. O filósofo opera uma desconstrução da história e da ordem dos saberes e aponta como vivemos numa sociedade que produz discursos tidos como verdades.
Segundo sua percepção, os discursos da Razão emergiram no meio dos dispositivos que agregam as ciências, as instituições, comportamentos e regras produzindo a idéia de normalidade.
Foucault nos diz que a partir do momento em que há uma relação de poder, há uma possibilidade de resistência e que é possível modificar uma dominação sob determinadas condições e conforme estratégia adequada.
Para fechar o desfile com esta história que não tem fim, até chegarmos á realidade de uma sociedade sem manicômios.
A ala dos movimentos sociais tratará dos outros dois temas abordados por Foucault: A Sexualidade e Vigiar e Punir.
Parafraseando o verso inaugural de Chiquinha Gonzaga que marca o nascimento do samba no Brasil , nomeamos a última ala:
Ô ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSAR, EU SOU DA LUTA NÃO POSSO CALAR!


E na embolada da desembolada, outro ritmo pode ser, pois pensar também é batucar!
(Rogério Carvalho).


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Temos um encontro marcado para a próxima 4ª feira na Casa dos Jornalistas às 18:30 quando acontecerá a próxima reunião para organização do Dezoitão.

Esse material (texto) servirá de referência para a composição do samba de enredo e também para as discussões que ajudarão os serviços na escolha de qual parte da história vão desenvolver na Avenida.
São seis sub-temas que correspondem ás alas. Cada serviço, organização, escola, grupo ou coletivo, deverá escolher 2 sub-temas oi alas para que seja possível as “negociações”, caso haja concentração em determinados sub-temas, capítulos ou alas.
Um exemplo: Se quase todo mundo escolher a 5ª ala, será necessário uma reorganização para uma melhor distribuição das pessoas no desfile. No carnaval é isso se chama harmonia. Daí a importância de cada coletivo ter mais de uma escolha.
Os serviços que conseguirem fazer a apresentação do Dezoito de Maio, abordando e refletindo sobre o tema e conseqüentemente sobre as alas junto com usuários , trabalhadores e familiares ou (toda a gente do lugar!), deverão escolher 2 opções,e já na próxima reunião(4ª 23/03),apresentam o resultado de sua escolha .
Aqueles que não conseguirem fazê-lo até 4ª, podem levar a resposta na semana que vem, ok?

O CONCURSO DO SAMBA,
Será no dia 16 de abril. O local a ser confirmado.
O prazo para as inscrições e entrega da música é até o dia 7/04. Quem conseguir entregar o material antes dessa data, melhor ainda!!
Os critérios para o concurso serão divulgados na próxima semana, e enquanto isso já podem escrever os versos e cantar as palavras.



O Dezoito de Maio é também uma celebração da(re) existência.




Saudações foucaultianas e antimanicomais!!