sexta-feira, 22 de março de 2013

TEXTO FINAL DO 18 DE MAIO DE 2013



18 DE MAIO 2013
 DIA NACIONAL DA LUTA ANTIMANICOMIAL

“SE NÃO NOS DEIXAM SONHAR, NÃO OS DEIXAREMOS DORMIR”

Resistência é o tema acolhido para afirmar a nossa importância, a nossa humanidade e nossa liberdade. Resistir para afirmar a autonomia.
Apresentamos aqui os dois mil e treze motivos para aceitar o irresistível convite ao Dezoito de Maio, nosso “louco encanto”.
“Por uma sociedade sem manicômios” é o sonho no horizonte que nos faz caminhar na construção cotidiana da utopia em seus 26 anos de prática e vivências. Reinventar a existência para interditar a produção da morte manicomial significa resistir ao conservadorismo e à mercantilizarão da vida. Viver a arte com outros fazeres para “reflorestar os desertos do mundo e da alma”.
Em nosso tempo, a exigência do consumo amplia o abismo entre aqueles que têm e aqueles que não podem ser. Esse espaço brutal preenchido pelo abandono, pela fome e pela violação e privação de direitos, exige coragem para se manter vivo.
 Destaca-se nesse enredo a canção que diz que resistir à violência compulsória, aquela que impede as escolhas e cerceia a liberdade, é mais uma vez o convite à invenção de outros modos de existência e nos instiga a uma acuidade fina para perceber o som que vem das ruas, das chamadas cracolândias e escutar os dizeres das “quebradas” de uma cidade que insiste em fazer caber todas as esperanças e o direito à vida. “Uma cidade será sempre o oposto do deserto.”
O Dezoito de Maio marca do movimento pela cidanização da loucura traz também nesse ano as referências e exemplos de resistência para lembrar a coragem de Palmares em Zumbi na luta pela liberdade! A determinação da Palestina Livre que não se perde nem se curva ante a opressão e a violência financiadas pelos interesses do capital. E, bem pertinho, no tempo e no espaço, os nossos guaranis, símbolo da consciência coletiva, somos todos Kaiwoá!!
 E revisitando páginas infelizes da história, em diferentes tempos e lugares da latino-américa, lê-se entre sombras e linhas: ditaram duramente que os sonhos envelhecem e que o exemplo de uma vida extirpada não tem ressonância e nem se multiplica, mas aqui estamos. Chegamos das margens do mundo para dançar e cantar ao som dos tambores. Vislumbrando o clarear de um novo tempo, viemos poetar, esperançar e lutar. Chegamos do ventre das Minas e viemos cobrar: direita, vou ver o que foi feito dos meninos que sonharam um Brasil justo e igualitário. E precisamos saber sobre quantas comissões e verdades serão necessárias, quantas praças ainda para as mães de maio, qual o preço das lágrimas pelo menino Angel e pelo amigo Marighella e o que tem a dizer da Violeta e de Jará? És mãe gentil, pátria amada, dos filhos pequenos deste solo?
As seis alas do desfile/manifestação 2013 tratarão, com a irreverência costumeira, os delicados e necessários pontos na tessitura do pensamento vivo, preciso e contemporâneo sinalizando modos e saídas que façam valer o direito à vida.

1ª ALA: A LOUCURA NÃO SE DITA, DURA A NOSSA RESISTÊNCIA
A mais perversa armadilha da alienação é acreditar que “sempre foi assim” e, portanto, “sempre será assim”. Esta ala homenageia a todos e todas que de uma maneira corajosa e revolucionária combateram e tentaram resistir às ditaduras militares na América Latina ao preço de suas vidas e suas liberdades, num momento onde a história e a memória estavam proibidas, porque insistiam em nascer todo dia renovadas.
Ao buscar preservar a memória da resistência deste período tão sangrento de nossa história, a ala evoluirá homenageando, entre inúmeros outros, o papel de vanguarda do movimento estudantil brasileiro, a lembrança de Zuzu Angel e Carlos Marighella, as heróicas “Mães da Praça de Maio” na Argentina, que podem ser as mesmas “Mães da Praça do 18 de maio”, as famosas músicas de oposição ao regime de Pinochet, no Chile, de compositores como Violeta Parra e Victor Jará.
Que esta homenagem sirva para incendiar outras consciências.

2ª ALA: A MINHA LUTA É DE SAL DE FRUTA, FERVENDO NUM COPO D’ÁGUA.
“Nada deve parecer impossível de ser mudado”. Citando Brecht, esta ala homenageará diferentes processos de lutas sociais e populares, no Brasil e no mundo, sustentando consigo as insígnias do inconformismo e da resistência.
Estas lutas, que ocorreram em diversos períodos históricos ou mesmo no momento atual, são empreendidas por diferentes classes, categorias sociais ou mesmo povos, que lutam pela conquista de seus direitos, bens ou ainda contra injustiças, discriminações ou atentados contra a dignidade humana e sempre sinalizam perspectivas de transformação social.
Tais lutas ocorrem em diversos fronts:
A Luta Antimanicomial, movimento social composto por diferentes atores sociais, trabalha há 25 anos no cumprimento de sua agenda rumo à superação do manicômio, ou seja, pelo fim dos hospitais psiquiátricos e  pela inclusão social e protagonismo das pessoas com sofrimento Mental. O próprio Dezoito de Maio se inscreve na cena urbana para afirmar os princípios antimanicomiais, convocando a cidade a pensar o caminho real e possível para a liberdade de todos, ainda que tan tan.
Destacamos também o movimento dos quilombos, a organização dos negros escravizados na sua luta pela liberdade, em especial o Quilombo dos Palmares, na figura de seu grande líder Zumbi. Palmares é o símbolo da resistência negra à escravidão que durou mais de 100 anos e chegou a reunir 20 mil quilombolas. Uma das mais importantes histórias da resistência à escravidão no mundo. O maior quilombo de todas as Américas.
A luta dos povos indígenas no Brasil não poderia ser esquecida, em especial a dos Guarani Kaiowá dispostos a darem a própria vida pelo direito à sobrevivência na terra de seus antepassados. ”Sem perspectiva de vida digna e justa, tanto aqui na margem do Rio quanto longe daqui...”  E  ainda que aconteçam os constantes ataques a seus lideres, eles resistem   enquanto povo,  enquanto identidade coletiva,  e se pensarmos ao longo dos 500 anos de expropriação e violência letal imposta pelos invasores e o processo “civilizatório”, localizamos nos Guaranis Kaiowá, a resistência  enquanto vida .”Como um povo nativo e indígena histórico, decidimos meramente sermos mortos coletivamente”(Entre aspas, trechos da carta dos guaranis ao governo e à justiça do Brasil)
Um exemplo internacional de luta tem sido a resistência do povo palestino. A partir de uma Resolução das Nações Unidas em 1948, o Estado de Israel foi criado dentro de um país cujo nome é Palestina. E desde então os palestinos vêm sendo massacrados e expulsos de sua própria pátria, perderam a sua independência, o direito de ir e vir, o direito à autodeterminação, perderam a paz. Apesar dos milhares de mortos, apesar do que sobrou da pátria corresponder a um quinto da área original, acima de tudo, porém, o que vemos é a expressão de um povo que não tem outra escolha a não ser resistir. Afinal, para eles, a coragem recusa a humilhação.
A causa palestina nos remete aos movimentos de luta em defesa da terra, para plantar e distribuir a riqueza, e o movimento da moradia para todos.  “Enquanto morar for um privilégio, ocupar é um direito”. 
Todos os movimentos aqui citados têm como razão de sua existência, a luta pela liberdade, igualdade de oportunidades, inclusão social e a dignidade. Todos eles dão mostra que resistir é um ato de coragem e uma maneira permanente de dizer que o mundo, a cidade, são espaços diversos contraditórios, e que podem ser território livres e de direitos para a fruição da vida, a polis  complexa e possível ao existir.
Temos uma série de heróis que nem morreu e nem se encantou, mas que nascem todo dia como os quilombos da Serra com um tambor dentro do peito e Luanda dentro dos olhos”.


3ª ALA: CRIANÇA MAL CUIDADA, PÁTRIA MAL AMADA
O que está Por Vir?
Palavra é linguagem, grafia, som, representação imaterial, sentido e referência no cuidar. Acreditamos no poder das palavras, que sejam falas, que sejam nomes que não empobreçam a imagem e acreditamos que medicalizar a infância, seus sonhos e modos de existir é uma necessidade imperativa da sociedade de consumo para instaurar o silêncio que embota, desbota, estanca e normatiza traços singulares dessa fase da vida. Acredito nas palavras porque só as palavras não foram castigadas pela ordem das coisas, continuam com os seus deslimites.
Acreditamos no livre, ousado e criativo trabalho em rede para cuidar da infância e da adolescência quando diante do insuportável e apostamos em caminhos mais longos para o correr dos sujeitos, o correr das lutas e o palavrear que suaviza a dor.
Acreditamos na escuta para ouvir nas conchas as origens do mundo e entender o chamado do novo, voar fora da asa. A criança imagina para encher os vazios com suas peraltagens, busca saídas para dar sentido ao mundo, brinca e estabelece novas relações e combinações, resiste, subverte a ordem, faz histórias para  aprender que é possível  mudar o rumo estabelecido. O jovem cria novas maneiras de si mesmo em meio às contradições de uma cidade que pouco oferece à grande parte de seus infanto-juvenis cidadãos de desiguais oportunidades. Cair nesse duro torrão não impede a esses jovens de virarem as coisas pelo avesso, criarem cultura para transformar o previsível e não esquecerem as cores e o tamanho dos sonhos.
Expostas ao estímulo do consumismo e assédio midiático, uma formulação se coloca: criança não é celebridade, mas tem identidade!
Crianças e adolescentes seriam uma raça de heróis que vai salvar a terra? Talvez não, mas bastava salvar esse tempo, salvar esse sonho, salvar a meninice, essa vida em flor, pronta para transformar dores em cores, desesperança em poemas, consciência em hip hop, as privações em manifestações políticas, saraus em outras histórias e a vida em uma deliciosa brincadeira!
Acreditamos no potencial transformador para fazer o nosso lugarzinho crescer até ficar maior que o mundo, pois liberdade e poesia se aprende com criança.
Que venha o futuro e que sigam adiante, os meninos e meninas, numa teimosia poética que resiste sempre!
 
4ª ALA: NÃO ME IMPORTA SE A RIMA É MANCA: O QUE EU QUERO É POETAR. SE MEU DELÍRIO A MONOTONIA ESTANCA: EU QUERO MAIS É DELIRAR

Usando as palavras de Eduardo Galeano, os delírios e alucinações, apresentados nesta tradicional ala do nosso desfile, resistem enquanto direito, insistindo em existir apesar de toda a parafernália biologicista e das neurociências criada para contê-las. Estas mais criativas manifestações da subjetividade humana são o exemplo que mesmo em meio a turbulências, sofrimento, desamores e violência, o homem continua a sonhar.
Este ano, atendendo ao apelo deste escritor uruguaio, a Escola de Samba Liberdade Ainda que Tam Tam propõe ao mundo que “deliremos” juntos. Que tal pensar um dia em que a guerra se renda à paz? Em que o mundo não estará em guerra contra os pobres, mas contra a pobreza e a indústria militar não terá escolha a não ser decretar falência? Em que a TV deixe de ser o membro mais importante da família? Em que os políticos não acreditem que os países adoram ser invadidos e que os pobres adoram comer promessas? Que tal pensar um dia em que as crianças de rua, não serão tratadas como lixo, pois não existirão crianças de rua? Em que a educação não será privilégio daqueles que possam pagá-la e a polícia não será a maldição de quem não possa comprá-la? Enfim, que tal pensar um dia em que a justiça e a liberdade, irmãs siamesas condenadas a viver separadas, novamente juntas, de volta bem grudadinhas, costas com costas?
“A utopia é como o horizonte. Nós o vemos, ao longe, nunca o alcançaremos, mas serve para que continuemos sempre a caminhar”.

5ª ALA: DA OUSADIA DO SONHO: BORDAS DE PRATA
Bordando sonhos para realizar a utopia “Por uma sociedade sem manicômios!”
Esse é o convite à resistência que o fazer rede substitutiva nos convoca nos 365 dias do ano. Subentende-se a superação dos desafios num exercício clínico que exige leveza, sensibilidade, escuta, alegria, rede ampliada, responsabilização conjunta, intersetorialidade, invenção, reinvenção. “Redeeditar”- a rede de estar - reconstruir a rede de relações como forma de resistência.
Bordas de prata é a nomeação sensível ao exercício de reflexões acerca dos vinte e cinco anos da experiência substitutiva aos hospitais psiquiátricos em Minas. Da pioneira Itaúna, passando por João Monlevade até Brumadinho, chega BH para alcançar tantas outras cidades e equipes que transformaram sua prática e se revigoraram pela ousadia renitente produzindo assim sentido à existência de tantos usuários e a si mesmas.
Bordados em prata, bordados em cinza, do verde à esperança resultaram em tantas cores, outras formas de abordar e bordar... A construção de laços com aqueles ditos que não faziam laços!
Nesse cotidiano dos alinhavos-articulações até chegar à borda que dá o contorno, um sentido se produz: a vida pode ser bela, a loucura pode ser livre!
E, ante ao monocromático desfocado ou a pouca luminosidade para perceber o que pode ser ou por onde seguir, necessárias são as reflexões entre os aprendizes da incerteza para provocar o pensamento onde borbulha a vida em cores. De Almodóvar ou Mondriam,  com os traços Dali e acolá, laços, enlaces, possibilidades e invenções  de um  ponto ao  outro, no caso a caso de cada dia para  desenterditar a produção do desejo.
 As perguntas que se cruzam no cotidiano do trabalho antimanicômio, devem habilitar o pensamento dos trabalhadores e usuários de nossas redes:
Quando dançamos pela última vez?
Quando paramos de duvidar de nossas certezas?
Quando foi a última brincadeira?
Qual a última vez que compartilhamos nossos medos e (ou) nossos sonhos?
Temos reinventado a vida quantas vezes ao dia?
Que a partir dessas reflexões se configure o convite à esperança e à reinvenção.  E para fechar a cena, os aplausos de pé aos que sobreviveram à anulação da vida e que hoje habitam os SRTs, uma das instituições inventadas que faz reviver a riqueza do objeto para a travessia à condição de sujeito.
 Necessito tecer... O gesto de bordar me ensina que estou inventando uma outra ordem.(Mia Couto).

6ª ALA: POLIS-PHONIA: EU, VOCÊ E VOZES MESMO
Estou em todas as vozes, ouço todas. Vozes múltiplas de todos os ventos, vozes que guardamos, vozes incomodadas com a batuta de uma nota só, vozes que ensinam que é bom cantar junto.
Nos últimos anos, em BH, deu-se início a um processo de reestruturação dos espaços da cidade consonantes com as tendências contemporâneas de uso e desuso especulativo e mercantil, sem contar o investimento ostensivo no monitoramento que se espalha por todos os lados. Tais intervenções pretendem sufocar o encontro espontâneo dos indivíduos nas ruas e o livre uso dos espaços públicos. As pessoas não tem podido experienciar as ruas e as praças plenamente.
O loteamento e aburguesamento das áreas das grandes metrópoles recapitaliza os espaços urbanos colocando a cidade na condição de mercadoria. Tem-se desse modo uma verdadeira ficção de lugares coletivos, eliminando as memórias culturais urbanas, provocando a perda dos mapas mentais de seus habitantes.
“Oh margem, reinventa o rio”.
Em tempos de higienização, poluiremos com a liberdade e a arte.
Os movimentos urbanos representam a resistência ao massacre das identidades e ao sentido de pertencimento a um lugar geográfico ou simbólico. Se “a casa é um documento autêntico da vida do homem”, a cidade também documenta identidades. Nesse lugar e nas relações que estabelecemos nele e a partir dele, é possível nos inventarmos e assim reinventar outros modos de viver e resistir para não abrir mão de si e do eu coletivo.
Contemplando as singularidades dos antigos e dos novos agentes históricos, diversos movimentos urbanos de resistência e a ética da resistência aqui se apresentam:
Em Belo Horizonte, nas praças e na grama proibida dos jardins, o Vira a Lata é o sarau itinerante que difunde o livre manifesto da poesia e desdobra em leveza a diversidade e a democracia. Ocupar é a agenda da cidade, com uma produção cultural repleta de eventos artísticos, expressando a importância de resistir a uma política vazia, dominada e pouco satisfatória.
No céu do azul da Ocupação Dandara, a negação dos direitos à moradia e a injustiça estrutural não impedem o canto e a organização que constrói o cotidiano da resistência na luta pela vida e dignidade.
A Ocupação Eliana Silva, contrariando interesses, funda sua biblioteca comunitária para manter o acesso ao conhecimento como símbolo da luta e resistência. No varal de seus cordéis, as narrativas poéticas trazem luz ao endurecimento da realidade para seguir na luta pelos direitos cidadãos, dentre eles, a moradia.
E em Minas agora tem praia, com gente de todos os cantos, com caras e expressões que ocupam a Praça da Estação, um ponto da história e memórias que fazem a cidade. Um decreto proibitivo acerca da ocupação daquele espaço mobilizou pessoas que daí fizeram nascer um novo e irreverente modo de viver a cidade em sua fruição. O convite sem receio aos movimentos internáuticos e tantas outras manifestações, demonstraram que não há, como alguns pensam, um conformismo político generalizado. Entre o possível e o desejado, a cidade pode acolher sonhos que faz da Praia uma Estação de invenções para reunir afetos, provocar encontros.
Os MCs em sua manifestação artística do hip hop ocupam o Viaduto de Santa Tereza e duelam modos de existir e resistir. Nos últimos cinco anos esse reduto especial do Centro de Belo Horizonte é invadido por centenas de adeptos do Hip Hop, resgatando as origens do verdadeiro movimento de rua. Os MCs levam sua vida em sua voz quando improvisam e denunciam desafiando as rimas, revelando a similaridade entre resistência e revolução.
Outra Cena: sou uma voz que denuncia o furo na cidade enquanto sociedade, o fracasso das quase invisíveis políticas públicas. Voz que para se fazer ouvir precisa do risco, da quebrada, do escuro da noite, da sarjeta coletiva. Por isso, o perigo pra ter você comigo.
São lugares e pessoas que precisam de poesia para não virar pedra. “Porque você me deixa tão solto? Porque você não cola em mim?” Apelo atendido. Lugar desse encontro? Cracolândias e Consultórios de Rua, onde “posso me ver para você me olhar”. E aí, resisto na querência de juntar o antes, o agora e o depois e querer a vida para brincar de pipas, voar nas asas de meu sonho Ícaro, reconstruir, catar o que deixei pelo caminho. Não sou a voz compulsória: sou água que corre entre pedras. Liberdade caça jeito!
Nesses cenários de mobilizações, que se iniciaram de formas distintas, e não raro isoladas mas que acabaram por se comunicar e interagir, criaram-se parcerias que atualizam um forte movimento de resistência urbana. Ocupar os espaços públicos para transformá-los em lugares de pleno habitar.
Na tradição do hip hop, no brilho do grafite, nas brigadas e levantes, nas luzes artificiais da Babilônia e nas diferentes ocupações com o mesmo propósito, BH escuta a poesia das ruas e insiste na canção que sua alma e seu povo sentem no ar.

Belo Horizonte, março de 2013

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