Concurso de Samba Enredo para o Dia da
Luta Antimanicomial
Com animação e
alegria, os usuários, familiares, trabalhadores da rede de saúde mental de Belo
Horizonte e demais convidados marcaram presença no Parque Lagoa do Nado, no dia
13 de abril, para o Concurso de Samba Enredo da escola de samba “Liberdade
Ainda que Tam Tam”. O concurso faz parte das atividades preparatórias para o
Dia da Luta Antimanicomial na capital.
Além de eleger
o samba enredo que irá animar a manifestação político-cultural, durante o
concurso também foram eleitos o casal de mestre sala e porta bandeira e a
rainha e princesa da bateria. A escola “Liberdade Ainda que Tam Tam” é uma
estratégia do movimento da luta antimanicomial de Minas Gerais, que há 16 anos
sai pelas ruas de Belo Horizonte, provocando o pensamento em relação à loucura.
Para Marta
Soares, gerente do Centro de Convivência São Paulo e integrante do Fórum
Mineiro da Saúde Mental, o concurso tem contribuído para o envolvimento dos
usuários e serviços da rede com a luta antimanicomial. Soares destaca que a
atividade abre o diálogo com outros grupos, para além da rede, fazendo com que
o debate sobre a Reforma Psiquiátrica circule em espaços diversos. “O grupo de
jurados é formado por artistas e produtores culturais de Belo Horizonte,
pessoas da cidade que vem, se encantam e participam no dia do desfile”,
explica.
O cantor e
compositor Sérgio Pererê, que participou da comissão de jurados, acredita que o
concurso é uma atividade forte e poderosa, pois possibilita que os usuários,
através da composição dos sambas, falem de sua loucura. “Não é simples um
usuário falar da loucura. É uma coisa difícil e é um passo para ele que, ao
conseguir perceber sua condição, consegue ficar mais forte e ser opinante”.
Pererê
ressalta também a relação entre a loucura e a arte, afirmando que “a linha que
separa as duas coisas é muito tênue”. O músico acredita que a arte tem um papel
importante no processo de quebra dos preconceitos.
Concurso
O samba enredo
vencedor do concurso, que vai embalar o ato no Dia da Luta Antimanicomial será
“Psiu, estou ouvindo vozes”, uma composição coletiva do Centro de Convivência
São Paulo.
Zilda da
Costa, usuária do Centro, conta que a composição foi criada durante as oficinas
de artes plásticas, artesanato e música do Centro. “Tem um pedacinho de todo
mundo neste samba”. Sílvio Aparecido, que também é usuário do Centro de
Convivência São Paulo, explica que a expressão “estou ouvindo vozes” foi uma
escolha de todos que participaram da composição. “Que quer dizer que, quando
você está com o ouvido aberto, você está atento para qualquer barulho”.
Conheça AQUI
as letras das músicas que participaram do Concurso de Samba Enredo.
Veja AQUI
as fotos da atividade.
Dia
Nacional da Luta Antimanicomial
No ano
de 1987, durante o Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental, na
cidade de Bauru-SP, o Movimento da Luta Antimanicomial escolheu no
calendário nacional uma data para reafirmar a luta “por
uma sociedade sem manicômios”. Ficou estabelecido o Dezoito de Maio
como o Dia Nacional da Luta Antimanicomial.
Desde
então, Belo Horizonte cumpre esta agenda, pautando a implantação da
ousada política de saúde mental em rede, o que produziu as
primeiras mudanças e evidenciou a viabilidade da proposta. Em 1997,
aconteceu pela primeira vez na cidade a manifestação político-cultural no
formato de carnaval e assim vem acontecendo até os dias de hoje.
De
forma lúdica, sensível e crítica, a escola de samba “Liberdade Ainda que
Tam Tam”, mobiliza a cidade, provocando reflexões sobre o
lugar social da loucura em seu encontro com a arte e o pensamento. Este
ano, a manifestação da luta antimanicomial, em Belo Horizonte ,
acontecerá no dia 16 de maio.
fonte: assessoria de impresa do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais.
fonte: assessoria de impresa do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais.
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