fotos: Maxwell Vilela
Dia de luta pelo
fim do preconceito e da discriminação
No Dia Nacional da
Luta Antimanicomial milhares de pessoas desfilaram pelas ruas de Belo
Horizonte, reivindicando uma cidade que acolha a diferença e a diversidade.
Em
pleno mês de maio, a cidade de Belo Horizonte ganhou cores e alegorias
carnavalescas, na tarde da última segunda-feira (19). Para marcar o Dia
Nacional da Luta Antimanicomial – 18 de maio, o desfile/manifestação saiu da
Praça da Liberdade em direção à Praça da Estação, arrastando cerca de 2.500
pessoas, entre trabalhadores, usuários e familiares dos serviços substitutivos
em saúde mental, representantes de movimentos sociais, culturais e outras
organizações da sociedade civil, vindos de mais de 20 municípios do estado.
Embalada
pela música “Revolussamba”, produzida coletivamente pelo Centro de Convivência
Venda Nova, a escola de samba Liberdade Ainda que Tan Tan encheu as ruas da
capital de alegria. Os integrantes/manifestantes cantaram, sambaram e reivindicaram
uma sociedade sem manicômios, entendo o manicômio como toda forma de segregação.
Ouça
o samba que animou o desfile do Dezoito de Maio de 2014: http://www.antimanicomialbh.blogspot.com.br/2014/05/revolusamba.html
Com
o tema “A cidade que queremos: seja feita a nossa vontade”, o movimento da luta
antimanicomial levou para as ruas, em 2014, o sonho de uma cidade que acolhe o
sofrimento mental sem trancas e grilhões, sem segregação e manicômios, sem
abuso de poder e de saber, sem violência e eletrochoque. A cidade enquanto
espaço de reencantamento e acolhimento da diversidade. Um lugar que não é de
ninguém porque é de todos e todos cuidam.
A
integrante da Associação de Trabalho e Produção Solidária – Suricato, Silvia
Maria Soares, afirma que a manifestação no formato de um desfile de escola de
samba traz irreverência, beleza e convida a sociedade a pensar o lado positivo
da loucura. Ela explica que, ao contrário dos hospitais psiquiátricos que geram
dor e sofrimento, o tratamento nos serviços abertos convidam o usuário à vida,
porque articulam tratamento com a busca por direitos e o exercício da
cidadania.
Organizada
pelo Fórum Mineiro de Saúde Mental e pela Associação dos Usuários dos Serviços
de Saúde Mental de Minas Gerais (ASUSSAM), a escola de samba é uma estratégia
do movimento antimanicomial de Minas Gerais, que há 18 anos utiliza o formato
da festa mais popular do Brasil para defender a Reforma Psiquiátrica
antimanicomial.
Para Maíra Porã, militante do Fórum Mineiro de
Saúde Mental e trabalhadora do Centro de Referência em Saúde Mental (CERSAM) Pampulha,
o processo da Reforma Psiquiátrica brasileira teve avanços com o fechamento de
hospícios e hospitais psiquiátricos, mas ainda há muito que se conquistar. “É
preciso mais aceitação e dar dignidade e liberdade às pessoas com sofrimento
mental”, afirma.
Dos anos de 1970, início desse
processo, aos dias atuais, o movimento antimanicomial tem lutado pela garantia
dos direitos dos sujeitos com sofrimento mental e reivindicado a implantação da
política de saúde mental em rede no Sistema Único de Saúde (SUS).
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Mineiro de Saúde Mental e saiba mais informações sobre a luta antimanicomial em
Minas Gerais: https://www.facebook.com/pages/F%C3%B3rum-Mineiro-De-Sa%C3%BAde-Mental/229120503955704?fref=ts
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