sexta-feira, 23 de maio de 2014

DIA DE LUTA PELO FIM DO PRECONCEITO E DA DISCRIMINAÇÃO


fotos: Maxwell Vilela


Dia de luta pelo fim do preconceito e da discriminação

No Dia Nacional da Luta Antimanicomial milhares de pessoas desfilaram pelas ruas de Belo Horizonte, reivindicando uma cidade que acolha a diferença e a diversidade.

Em pleno mês de maio, a cidade de Belo Horizonte ganhou cores e alegorias carnavalescas, na tarde da última segunda-feira (19). Para marcar o Dia Nacional da Luta Antimanicomial – 18 de maio, o desfile/manifestação saiu da Praça da Liberdade em direção à Praça da Estação, arrastando cerca de 2.500 pessoas, entre trabalhadores, usuários e familiares dos serviços substitutivos em saúde mental, representantes de movimentos sociais, culturais e outras organizações da sociedade civil, vindos de mais de 20 municípios do estado.

Embalada pela música “Revolussamba”, produzida coletivamente pelo Centro de Convivência Venda Nova, a escola de samba Liberdade Ainda que Tan Tan encheu as ruas da capital de alegria. Os integrantes/manifestantes cantaram, sambaram e reivindicaram uma sociedade sem manicômios, entendo o manicômio como toda forma de segregação.

Ouça o samba que animou o desfile do Dezoito de Maio de 2014: http://www.antimanicomialbh.blogspot.com.br/2014/05/revolusamba.html

Com o tema “A cidade que queremos: seja feita a nossa vontade”, o movimento da luta antimanicomial levou para as ruas, em 2014, o sonho de uma cidade que acolhe o sofrimento mental sem trancas e grilhões, sem segregação e manicômios, sem abuso de poder e de saber, sem violência e eletrochoque. A cidade enquanto espaço de reencantamento e acolhimento da diversidade. Um lugar que não é de ninguém porque é de todos e todos cuidam.

A integrante da Associação de Trabalho e Produção Solidária – Suricato, Silvia Maria Soares, afirma que a manifestação no formato de um desfile de escola de samba traz irreverência, beleza e convida a sociedade a pensar o lado positivo da loucura. Ela explica que, ao contrário dos hospitais psiquiátricos que geram dor e sofrimento, o tratamento nos serviços abertos convidam o usuário à vida, porque articulam tratamento com a busca por direitos e o exercício da cidadania.

Organizada pelo Fórum Mineiro de Saúde Mental e pela Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de Minas Gerais (ASUSSAM), a escola de samba é uma estratégia do movimento antimanicomial de Minas Gerais, que há 18 anos utiliza o formato da festa mais popular do Brasil para defender a Reforma Psiquiátrica antimanicomial.

Para Maíra Porã, militante do Fórum Mineiro de Saúde Mental e trabalhadora do Centro de Referência em Saúde Mental (CERSAM) Pampulha, o processo da Reforma Psiquiátrica brasileira teve avanços com o fechamento de hospícios e hospitais psiquiátricos, mas ainda há muito que se conquistar. “É preciso mais aceitação e dar dignidade e liberdade às pessoas com sofrimento mental”, afirma.

Dos anos de 1970, início desse processo, aos dias atuais, o movimento antimanicomial tem lutado pela garantia dos direitos dos sujeitos com sofrimento mental e reivindicado a implantação da política de saúde mental em rede no Sistema Único de Saúde (SUS). 
Curta a página do Fórum Mineiro de Saúde Mental e saiba mais informações sobre a luta antimanicomial em Minas Gerais: https://www.facebook.com/pages/F%C3%B3rum-Mineiro-De-Sa%C3%BAde-Mental/229120503955704?fref=ts  

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